Estudo amplia a compreensão das raízes genéticas do transtorno e pode abrir novos caminhos para estratégias de intervenção e tratamento
Um grupo de pesquisadores descobriu mutações genéticas ligadas ao Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) em crianças. Como principal resultado do estudo, os cientistas estimam que até 1.057 genes possam contribuir para o risco do transtorno. A pesquisa foi feita com 152 famílias integradas por um filho(a) com TDAH.
Ao longo de análises do sequenciamento de DNA dessas famílias, os pesquisadores identificaram uma presença maior de mutações genéticas raras e ultra-raras em crianças com o transtorno em comparação com outras sem TDAH. O grupo notou, ainda, que essas mutações surgem espontaneamente, ou seja, não são herdadas de seus pais.
Após combinarem os dados das 152 famílias com os de um estudo independente – envolvendo 3.206 casos de TDAH e 5.002 sem o transtorno -, os pesquisadores identificaram o gene KDM5B como de risco para o TDAH.
Além de avaliar essas mutações, o grupo percebeu que os genes identificados no estudo se sobrepõem a outros relacionados a diferentes distúrbios neuropsiquiátricos. Essa descoberta, segundo a pesquisa, sugere que o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade pode compartilhar bases genéticas comuns a outras condições.
Segundo os cientistas, a pesquisa pode levar a novos avanços no tratamento e diagnóstico do TDAH, oferecendo esperança para muitas famílias afetadas pelo transtorno.
“Essas descobertas abrem novas perspectivas para entender a biologia do TDAH e reforça a importância do sequenciamento de DNA em grandes coortes familiares para a identificação de genes de risco”, comenta Luis Farhat, um dos condutores do estudo.
CISM
No mês passado, Farhat passou a integrar a equipe de um dos projetos do Centro de Pesquisa e Inovação em Saúde Mental (CISM), que também tem como foco a análise genética de crianças e adolescentes que possuem distúrbios psiquiátricos. Leia a matéria.
Além de Farhat, outros pesquisadores são citados entre os autores do artigo, como
Guilherme Polanczyk e Carolina Cappi, membro e colaboradora do CISM, respectivamente. As revelações do estudo foram publicadas em um artigo científico, em julho, na revista Nature Communications.
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16 de agosto de 2024
Institucional CISM