Conclusões apontam a importância de apoio contínuo para jovens com o transtorno, mesmo para aqueles cujos sintomas melhoraram com o tempo
Um novo estudo descobriu que pessoas que possuem diferentes trajetórias de sintomas do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) apresentam níveis variados de dificuldades quando chegam aos 17 anos. A pesquisa analisou dados de mais de 10 mil participantes no Reino Unido, desde os 3 anos de idade.
Os resultados da investigação permitiu a organização dos portadores do transtorno em cinco grupos principais: sem sintomas (37,6%) – jovens que nunca mostraram sinais significativos de TDAH; levemente afetados (34,8%) – aqueles com sintomas leves e intermitentes; sintomas subclínicos remitentes (14,4%) – pessoas cujos sinais melhoraram com o tempo; início na adolescência (7,6%) – jovens que só começaram a mostrar sintomas nessa fase da vida; e sintomas altos estáveis (5,6%) – sinais persistentes e elevados.
De acordo com a pesquisa, os adolescentes que tiveram uma trajetória de início tardio e os do grupo com sintomas estáveis do transtorno demonstraram, aos 17 anos, ter dificuldades semelhantes em várias áreas, exceto no uso de substâncias químicas.
Os pesquisadores notaram também que mesmo aqueles com sintomas remitentes (que diminuem de intensidade) ainda enfrentam desafios de autoestima e bem-estar quando chegam aos 17 anos. Diante dos resultados, os cientistas destacam a importância de apoio contínuo para pessoas com TDAH, mesmo para aquelas que tiveram melhora dos sintomas.
O estudo, que teve artigo publicado na revista médica European Child & Adolescent Psychiatry, é do tipo longitudinal, ou seja, aplica um método de pesquisa que analisa variações nas características dos pesquisados ao longo de um período de vários anos.
“Este estudo sugere a necessidade de intervenções personalizadas para adolescentes com TDAH, considerando as diferentes trajetórias de desenvolvimento dos sintomas”, explica Arthur Caye, um dos condutores da investigação. “Além disso, reforça a importância de apoio contínuo, mesmo para aqueles que mostram melhora nos sintomas, devido aos impactos residuais na autoestima e no bem-estar”, completa o psiquiatra, que é gerente de pesquisa do Centro de Pesquisa e Inovação em Saúde Mental (CISM).
Entre os pesquisadores citados como autores do artigo ainda está o também médico psiquiatra Luis Augusto Rohde, que atua como vice-diretor do CISM.
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27 de agosto de 2024
Institucional CISM