Avaliação do Impacto de uma intervenção psicoterápica precoce no processo psicopatológico de transtorno obsessivo-compulsivo em crianças: um ensaio clínico randomizado
O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) afeta uma em cada 200 crianças e adolescentes ao longo de seis meses e sua forma subclínica(TOC sub) pode chegar a 19% de prevalência. Transtornos psiquiátricos em geral interferem diretamente nas funções sociais e acadêmicas de crianças e adolescentes. Este é o primeiro trabalho que se propõem a investigar a eficácia de uma intervenção não farmacológica de prevenção precoce para o desenvolvimento do TOC em crianças e adolescentes em risco. Sessenta crianças e adolescentes com fatores de risco para o desenvolvimento de TOC e suas famílias serão randomizadas para intervenção de base comportamental, treino parental, com o objetivo de prevenir a ocorrência do TOC ou para o grupo controle de lista de espera. Serão considerados fatores de risco para o desenvolvimento do TOC: ser filho de pai ou mãe com diagnóstico de TOC ou qualquer outro transtorno de ansiedade, apresentar sintomas de transtorno obsessivo-compulsivo. Este projeto terá um grupo de intervenção, treino parental (TP) e um grupo controle de lista de espera (LE). O grupo de LE receberá “cartões informativos” com os mesmos conteúdos trabalhados nas sessões de treino parental, sendo que o primeiro deles, assim como a primeira sessão de TP, abordará especialmente o conceito de prevenção e a redução de possível estigma. Ambos os grupos terão crianças e sujeitos pareados de acordo com a presença de CI, presença de CI mais TOC sub e presença de TOC sub.
Os procedimentos propostos neste estudo contemplam uma avaliação comportamental que tem foco no comportamento, enfatiza a relação entre organismo e ambiente e busca as variáveis estabelecedoras e mantenedoras do comportamento, tendo como objetivo a descoberta de hipóteses funcionais.
O estudo tem também por objetivos identificar características genéticas que predispõem ou protegem para o surgimento de TOC. Para tanto será colhida amostra de sangue periférico para extração de DNA e RNA no início do estudo, depois da fase de intervenção ativa e depois da fase de manutenção.
Este estudo vai ao encontro de uma mudança de paradigmas que vem ocorrendo na psiquiatria, com maior ênfase no processo de desenvolvimento e no entendimento de fatores de risco e proteção, buscando efetivamente a prevenção dos transtornos.
O principal objetivo deste estudo é avaliar a eficácia de uma intervenção parental psicoeducativa em crianças em risco para o desenvolvimento de transtorno obsessivo‐compulsivo (TOC). Secundariamente, avaliaremos:
- a eficácia da intervenção na prevenção do desenvolvimento de transtornos internalizantes.
- a eficácia da intervenção na redução da intensidade da expressão dos sintomas do TOC.
- a eficácia da intervenção na melhora das funções cognitivas associadas ao TOC.
- a eficácia da intervenção na melhora do funcionamento global ao longo do tempo.
- o funcionamento familiar como moderador do efeito da intervenção psicoterápica sobre a persistência de sintomas obsessivos e compulsivos e comportamento inibido e sobre a incidência de casos de TOC.
Estamos com triagem aberta para adultos que tenham diagnóstico de qualquer transtorno de ansiedade que tenham filhos de 3 a 17 anos. Os interessados devem escrever para priscilachacon@usp.br
Investigador Principal
Guilherme Polanczyk – http://lattes.cnpq.br/6679560433289862
Pesquisadora Executante
Priscila Chacon – http://lattes.cnpq.br/2325488722863361
Pesquisadores Colaboradores
Elisa Teixeira Bernardes – http://lattes.cnpq.br/3991341807510748
Eurípedes Constantino Miguel – http://lattes.cnpq.br/3729715298008025
João Mariano –
LiviaFaggian http://lattes.cnpq.br/5266801255012195
Marcelo Batistuzzo – http://lattes.cnpq.br/9931297727221830
Taís Silveira Moriyama – http://lattes.cnpq.br/1069618874598662
Alunos de Iniciação Científica
Kauy Victor Martinez Faria – http://lattes.cnpq.br/0069628789930559
Matheus Gerhard Rosenfeld – http://lattes.cnpq.br/8133928791689330