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Ioga e terapia serão usadas para prevenir doença mentalYoga and therapy will be used to prevent mental illness

Ioga e terapia serão usadas para prevenir doença mentalYoga and therapy will be used to prevent mental illness 150 150 admin

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CLÁUDIA COLLUCCI,
da Folha de S.Paulo

Técnicas como a ioga e a terapia cognitivo-comportamental serão testadas pela primeira vez em crianças brasileiras como forma de prevenir doenças mentais no futuro. A novidade faz parte de um instituto recém-criado, que envolve 11 universidades e que pretende desenvolver ações para detectar e tratar na infância transtornos psiquiátricos que só são diagnosticados na vida adulta.

Estudos internacionais apontam que a maioria dos transtornos mentais começa na infância. Em 2011, as novas edições da CID (Classificação Internacional de Doenças) e do DSM (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders), a “bíblia” dos psiquiatras americanos, devem incluir o transtorno bipolar e a esquizofrenia, por exemplo, no rol de doenças infantis.

Leonardo Wen/Folha Imagem

Pesquisadores vão analisar se técnicas como a ioga e a terapia aplicadas em crianças podem prevenir doenças mentais no futuro. Ainda há muita polêmica envolvendo o tema. Psiquiatras infantis avaliam que, diagnosticando precocemente esses transtornos, as crianças terão melhor qualidade de vida.

Outros profissionais, como o psiquiatra Theodor Lowenkron, um dos diretores da Sociedade Brasileira de Psiquiatria (SBP), entendem que certos transtornos mentais, como a esquizofrenia e o transtorno bipolar, são “diagnósticos precoces e inadequados para serem feitos na infância”.
A ideia do novo instituto é, primeiramente, mapear, por meio de estudo epidemiológico, os transtornos infanto-juvenis em mil municípios brasileiros. Levantamento da SBP constatou que 5 milhões de crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos têm sintomas de transtornos psiquiátricos.

Intervenção precoce

A partir do estudo, crianças que já apresentem sintomas sugestivos de transtornos serão acompanhadas pelo instituto. “A ideia é intervir antes de a doença aparecer. Testaremos, em estudos controlados, várias intervenções para verificar se elas podem impedir a progressão da doença”, explica o psiquiatra Eurípedes Constantino Miguel, professor da Faculdade de Medicina da USP e coordenador do instituto.

Entre elas estão a terapia cognitivo-comportamental, com ênfase no treinamento de pais, e a kundalini ioga, prática que já vem sendo utilizada na psiquiatria e na oncologia como forma de diminuir sintomas como ansiedade e medo.
“Vamos ver se ela consegue controlar pensamentos exagerados de crianças [com sintomas de transtorno obsessivo compulsivo, por exemplo] em comparação com outras que não usarão a técnica.”
Na avaliação do psiquiatra infantil Fábio Barbirato, da Santa Casa do Rio de Janeiro, o instituto terá um papel muito importante na desmistificação dos transtornos infantis. ‘É importante diagnosticar e tratar essas crianças para oferecer qualidade de vida. Ninguém está querendo abusar.

Segundo o psiquiatra infantil Luis Augusto Rohde, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, existem hoje no país em torno de 1,5 milhão de crianças e adolescentes entre 6 e 18 anos com déficit de atenção, mas apenas 68 mil estão medicadas. “Em termos de saúde pública, temos no Brasil um subdiagnóstico e não um superdiagnóstico”, diz.

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CLAUDIA COLLUCCI,
Folha de S. Paulo

Techniques such as yoga and cognitive behavioral therapy will be tested for the first time in Brazilian children in order to prevent mental illness in the future. The new institute is part of a newly created, which involves 11 universities and aims to develop actions to detect and treat childhood psychiatric disorders are diagnosed only in adulthood.

International studies show that most mental disorders begin in childhood. In 2011, the new editions of ICD (International Classification of Diseases) and DSM (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders), the “bible” of American psychiatrists, should include bipolar disorder and schizophrenia, for example, in the list of diseases children.

Leonardo Wen / Folha Picture

Researchers will examine whether techniques such as yoga and therapy applied to children can help prevent mental decline in the future. There is still much controversy surrounding the issue. Psychiatrists estimate that children, early diagnosing these disorders, the children will have better quality of life.

Other professionals, such as the psychiatrist Theodor Lowenkron, a director of the Brazilian Society of Psychiatry (SBP), consider that certain mental disorders such as schizophrenia and bipolar disorder are “early diagnosis and unfit to be made in childhood.”
The idea of ​​the new institute is to first map, by means of an epidemiological study, the disorders in children and young Brazilian municipalities. SBP survey found that 5 million children and adolescents between 6 and 17 have symptoms of psychiatric disorders.

Early intervention

From the study, children who develop symptoms suggestive of disorders are accompanied by the institute. “The idea is to intervene before the disease appears. Tested in controlled studies, several interventions to see if they can prevent the progression of the disease, “says psychiatrist Euripedes Constantino Miguel, professor of Medicine at USP and coordinator of the institute.

These include cognitive behavioral therapy, with emphasis on training parents, and kundalini yoga, a practice that has been used in psychiatry and oncology as a way to reduce symptoms such as anxiety and fear.
“Let’s see if she can control exaggerated thoughts of children [with symptoms of obsessive compulsive disorder, for example] in comparison with others who will not use the technique.”
In assessing the child psychiatrist Barbirato Fabio, the Santa Casa of Rio de Janeiro, the Institute will have an important role in the demystification of childhood disorders. ‘It is important to diagnose and treat these children to provide quality of life. Nobody is willing to abuse.

According to child psychiatrist Luis Augusto Rohde, a professor at Federal University of Rio Grande do Sul, in the country today there are around 1.5 million children and adolescents between 6 and 18 years with attention deficit, but only 68,000 are on medication. “In terms of public health in Brazil have an underdiagnosis and not a superdiagnóstico” he says.