Profissionais ligados ao projeto “Conexão Mentes do Futuro” contataram quase 600 famílias para atendimento emergencial em função da tragédia no Estado
A equipe de pesquisa do projeto “Conexão Mentes do Futuro”, gerenciado pelo Centro de Pesquisa e Inovação em Saúde Mental (CISM), se organizou em uma força-tarefa emergencial para atender vítimas das enchentes que assolaram Porto Alegre e demais cidades do Rio Grande do Sul. Os atendimentos aconteceram em junho.
Diante da tragédia, a equipe, que realiza um longo estudo de coorte de alto risco para transtornos mentais, na capital gaúcha e na cidade de São Paulo, direcionou esforços para realizar os atendimentos. No total, 592 famílias foram contatadas pelos profissionais.
“Além de entender os impactos provocados pelas enchentes, os profissionais conseguiram, durante os contatos, oferecer ajuda, mapear as necessidades das vítimas, encaminhá-las para outros atendimentos quando necessário, bem como apresentar materiais informativos sobre auxílios governamentais e outras oportunidades”, explica Laila Souza, gestora do projeto em Porto Alegre, que organizou as ações na cidade.
Alguns psicólogos que fazem parte do projeto de pesquisa também foram afetados pela tragédia e, aos poucos, conseguiram retomar suas rotinas de trabalho. Apesar disso, o estudo de coorte continuou avançando. No mês passado, foram realizados a seleção e o treinamento de sete novos psicólogos para integrar a equipe que atua em Porto Alegre.
No mesmo período, também houve o treinamento de psicólogos na capital paulista. Os profissionais vão focar sua atuação nas diversas avaliações realizadas pelo estudo.
O projeto
O projeto “Conexão Mentes do Futuro” acompanha crianças e jovens de 2.511 famílias em 57 escolas nas cidades de São Paulo e Porto Alegre. O estudo criou um banco de dados com centenas de milhares de variáveis para análise e desenvolvimento de perguntas de pesquisa em saúde mental, incluindo genética e estrutura cerebral.
O objetivo do projeto é identificar os fatores biológicos (genes) e sociais (ambiente) relacionados à origem dos transtornos mentais e variações no desenvolvimento cognitivo. Ou seja, entender como esses fatores afetam o desenvolvimento do cérebro e seus correlatos comportamentais, emocionais e de aprendizagem na adolescência e vida adulta.
Ainda em junho, os pesquisadores seguiram na coleta de avaliações psiquiátricas, adotando novas estratégias para tornar o processo mais ágil. No mês, foram avaliados participantes da pesquisa que possuem transtornos graves e deficiências intelectuais.
O projeto “Conexão Mentes do Futuro” faz parte de um movimento dedicado aos estudos sobre os jovens em todo o mundo. O projeto proporcionará insights mais profundos e, até então, inalcançáveis sobre as origens dos transtornos mentais.
Os profissionais que integram a pesquisa fazem inúmeras avaliações: de dificuldades emocionais, como ansiedade e depressão; questões de comportamento, como déficit de atenção e hiperatividade; dificuldades de aprendizagem; e geral da saúde física. Eles estão sempre prontos a esclarecer dúvidas e encaminhar para ajuda especializada.
25 de julho de 2024
Institucional CISM
