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IPq recebe David Pauls da Universidade Harvard (EUA)

IPq recebe David Pauls da Universidade Harvard (EUA) 150 150 admin

Texto e Imagem: Victória Cirino

No último dia 4, o Anfiteatro do Instituto de Psiquiatria do HC-FMUSP recebeu o professor David Pauls, professor do Departamento de Epidemiologia da Universidade Harvard. A palestra “Genetics and Psychiatry”, ministrada em inglês, teve como foco a discussão sobre genes que estão envolvidos em mais de um transtorno psiquiátrico. O evento teve apoio da USP, Unifesp, UFRGS, UFBA e UFPE.

O professor explorou pesquisas recentes que desmistificam pensamentos equivocados sobre as causas das doenças psiquiátricas. O autismo, por exemplo, era antes visto como causado pelo comportamento materno (pelas chamadas “mães geladeira”). Hoje em dia, sabe-se que ele é causado por múltiplos fatores, entre eles a genética e a epigenética (manifestação de expressão gênica dependente de fatores ambientais) do indivíduo.

Para se calcular a participação tanto da genética como de fatores ambientais, calcula-se a herdabilidade de um transtorno, que é baseada em estudos de gêmeos monozigóticos e dizigóticos. Pauls também discorreu sobre os diferentes métodos utilizados para estabelecer a associação entre genótipo e fenótipo, através de estudos de associação do tipo caso-controles ou baseado em trios (criança e os dois pais). Ele explicou a diferença entre estudos epigenéticos, de sequenciamento de genoma (completo ou não), estudos de análise da variação do número de cópias do DNA (copy number variation) e replicação dos mesmos.

O ponto mais importante da palestra foi a convergência de achados de diferentes tipos entre diferentes transtornos do neurodesenvolvimento, mostrando mais uma vez que os mesmos genes participam de diferentes vias e estão presentes em praticamente todos os transtornos, mostrando uma possível base comum entre eles.

O professor encerrou a sessão de perguntas da plateia, composta principalmente por residentes de medicina do IPq, afirmando que “se o nosso cérebro fosse tão simples a ponto de podermos entendê-lo, nós seríamos seres tão simples que não conseguiríamos entendê-lo”. O evento foi gratuito e contou com a organização da professora Helena Brentani do INPD.