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Journal of the American Medical Association publica estudo sobre herdabilidade do autism

Journal of the American Medical Association publica estudo sobre herdabilidade do autism 150 150 INPD Cism

Por Victória Cirino

Um estudo longitudinal conduzido na Suécia aponta para correlação entre idade avançada dos pais e dos avós e risco do desenvolvimento de autismo. O estudo foi realizado por meio da análise de indivíduos nascidos em 1932. A idade dos pais foi obtida em mais de 90% dos casos analisados pela coorte. O estudo conclui que homens que tiveram uma filha quando tinham 50 anos ou mais tinham 1,79 vezes mais chance de ter um neto com autismo do que homens que havia tido uma filha com idade entre 20 e 24 anos, por exemplo. Os resultados obtidos são coerentes com as hipóteses desenvolvidas que ligam alterações epigenéticas e mutações com idade parental avançada.

O autismo é um transtorno do desenvolvimento que é caracterizado por prejuízos na interação social e na linguagem, além de contar com comportamentos repetitivos e estereotipados. O transtorno começa a se manifestar no início da vida e diversos estudos mostram que ele tem um componente genético importante. A idade avançada dos pais, por sua vez, está associada a outros transtornos estudados pela psiquiatria, como a esquizofrenia e o transtorno bipolar. Isso sugere que as mutações no DNA que ocorrem na formação dos gametas masculinos se tornam mais frequentes conforme o sujeito envelhece. Cada vez que uma célula se divide, a replicacão do genoma introduz a possibilidade de mutações. Pela primeira vez, no entanto, um estudo mostra que a idade do avô (materno ou paterno) está associada ao risco de autismo na infância, independentemente da idade do pai ou da mãe quando a criança nasceu. As mutações do DNA relacionadas com a idade podem se acumular por diversas gerações e só influenciar no fenótipo do indivíduo de acordo com a interação com outros fatores que o tornam suscetível a desenvolver o transtorno.

O estudo esclarece que homens mais velhos não devem se sentir desencorajados a terem filhos, mas explica que esses resultados são cruciais para o entendimento do mecanismo por trás de transtornos relacionados ao desenvolvimento da criança. Além disso, estudos mostram que pessoas com transtornos psiquiátricos tendem a ter filhos com uma idade mais avançada, o que também favoreceria a correlação entre idade avançada e transmissão genética das mutações associadas a transtornos psiquiátricos.

Confira o estudo no link: http://archpsyc.jamanetwork.com/article.aspx?articleid=1666654