Os resultados preliminares do programa “Saúde Mental nas Escolas” ainda mostram melhora na condição dos educadores para a realização de encaminhamentos
O segundo ciclo do programa “Saúde Mental nas Escolas”, em Jaguariúna e Indaiatuba, interior de São Paulo, terminou no final de 2024. Na análise dos resultados preliminares, foi constatada uma melhora na percepção da capacidade dos professores em lidar com casos de transtornos de conduta e de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) no ambiente escolar. A análise final dos resultados do ensaio pragmático avaliando a implementação da formação deverá ser concluída em fevereiro.
Desenvolvido pelo Centro de Pesquisa e Inovação em Saúde Mental (CISM), em parceria com o Instituto Ame Sua Mente e as prefeituras das cidades, o segundo ciclo do programa formou cerca de 300 educadores das redes de ensino dos dois municípios.
De acordo com as avaliações iniciais, a quantidade de educadores que se perceberam capazes de lidar com casos de transtornos de conduta entre os estudantes aumentou de 13,9% para 38%. Já em relação a situações de TDAH, a percepção subiu de 23,8% para 44,5%.
Os resultados preliminares ainda revelam que os professores que passaram pela formação também se sentiram mais preparados para encaminhar situações de saúde mental geral de seus alunos. Antes do curso, 21,5% dos educadores se percebiam aptos, já depois, este dado mais que dobrou, chegando a 46%.
Os resultados parciais foram apresentados pelo gestor do projeto e pesquisador do CISM, Henrique Akiba, no I Encontro do Departamento de Psiquiatria da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp), no mês passado.
A formação visa prevenir e reduzir o impacto dos transtornos mentais nas escolas. A capacitação é voltada a educadores da Educação Infantil, Ensino Fundamental e Educação Especial. A expectativa da equipe responsável pelo programa é realizar um terceiro ciclo de formação em Indaiatuba e Jaguariúna ainda durante o primeiro semestre deste ano.
Mapeamento de equipamentos públicos de saúde
A equipe do “Saúde Mental nas Escolas” também realizou o mapeamento dos equipamentos públicos de saúde nas duas cidades onde o projeto é desenvolvido. O trabalho resultou na elaboração de duas cartilhas que apresentam os endereços e horários de funcionamento dos serviços de atenção básica, atendimentos de urgência e emergência, especializado, psicossocial e social.
Faz parte da publicação um formulário, chamado de Protocolo de Encaminhamento, para apoiar os educadores no direcionamento de estudantes que possam necessitar dos serviços especializados de saúde mental. O protocolo visa melhorar a comunicação entre as escolas e os profissionais de saúde, além de favorecer ações preventivas.
Saúde Mental nas Escolas
O programa “Saúde Mental nas Escolas” tem o intuito de proporcionar o letramento em saúde mental dos educadores por meio do ensino à distância e, assim, combater o estigma, promover a saúde mental e prevenir e atenuar o impacto dos transtornos mentais nas escolas.
A formação visa apoiar os professores no manejo das questões de saúde mental em sala de aula, além de ajudar a antecipar a identificação e o encaminhamento de alunos com questões de saúde mental aos serviços especializados.
O projeto ainda conta com planos de aula, jogos e diversos conteúdos digitais que auxiliam o educador a tratar do tema nas escolas. Esse conjunto de ações no contexto digital permite um treinamento remoto altamente qualificado, a baixo custo e escalável.
9 de janeiro de 2025
Institucional CISM