Em setembro, as profissionais realizaram 17 atendimentos domiciliares às futuras mães participantes do programa – um aumento de 89% em relação ao mês anterior
As enfermeiras do “Primeiros Laços” aumentaram a quantidade de visitas domiciliares às jovens gestantes que participam do programa no município de Indaiatuba, interior de São Paulo. O serviço, implementado em parceria com as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), tem como um dos principais objetivos promover o vínculo entre mãe e bebê.
Em setembro, as enfermeiras contratadas pelo Centro de Pesquisa e Inovação em Saúde Mental (CISM), que gerencia o programa, fizeram 17 visitas às futuras mamães. O crescimento foi de 89% nessa ação, visto que, em agosto, tinham sido realizados nove atendimentos às adolescentes.
O programa foi esquematizado para que cada participante receba 38 visitas, sendo 13 durante a gestação, três no puerpério, 12 quando o bebê tiver entre 2 e 12 meses e mais 10 entre o primeiro e o segundo ano de vida da criança. A duração varia de 40 a 60 minutos e a frequência é quinzenal ou mensal, a depender do período gestacional e da idade do bebê.
Nesses atendimentos, as enfermeiras buscam diminuir o sofrimento emocional pré e pós-parto das gestantes e melhorar desfechos relacionados à saúde delas. Também são desenvolvidas habilidades parentais a fim de proporcionar maior sensibilidade e responsividade às necessidades da criança e fortalecimento dos laços afetivos entre mães e bebês – habilidades que impactam positivamente no desenvolvimento físico, social e cognitivo da criança.
Nas visitas, as profissionais ainda orientam as gestantes sobre a preparação para o parto e a futura rotina que terão com o bebê após o nascimento, ensinando-as a trocar fralda, dar banho, a maneira correta de amamentar, entre outras atividades práticas.
Trabalho conjunto
O programa também é desenvolvido em Jaguariúna, seguindo um outro formato. Graças à parceria que o CISM mantém com as prefeituras de ambos os municípios, as equipes das UBSs apresentam e convidam as gestantes elegíveis a integrarem o “Primeiros Laços”.
O gestor do programa, Vinícius Nagy Soares, explica que as enfermeiras visitadoras comparecem com regularidade às unidades básicas de saúde a fim de dialogar com os profissionais da Atenção Primária.
“Em ambos os municípios, o diálogo com os enfermeiros da Atenção Primária tem sido reforçado com o objetivo de incentivá-los a permanecerem engajados no programa. Esse engajamento é importante, pois são os enfermeiros das UBSs que apresentam o programa às gestantes adolescentes durante as consultas de pré-natal”, comenta o pesquisador do CISM e Doutor em Ciências Médicas.
Outro parceiro do “Primeiros Laços” é o Centro Universitário Max Planck (UniMAX). Recentemente, a instituição forneceu uma sala aos pesquisadores do CISM, com o intuito de o programa ter um local físico para reuniões e comunicação com a sociedade.
Alerta emocional
Além de fortalecer os laços afetivos entre mães e bebês, o “Primeiros Laços” visa melhorar o cuidado da saúde física, mental e emocional das gestantes. Desde julho, a equipe implementou um fluxograma para acompanhar as jovens gestantes com alertas sugestivos de sofrimento emocional ou outras condições clínicas preocupantes.
Esses alertas se baseiam em pontuações sobre o estado emocional das participantes. Uma plataforma de pesquisa utilizada pelos pesquisadores emite notificações automáticas aos supervisores de campo sempre que uma pontuação de sofrimento é identificada.
As notificações, que valem tanto para as participantes de Indaiatuba quanto de Jaguariúna, resultaram em 13 encaminhamentos para acompanhamento de saúde mental na Atenção Primária.
“A equipe realiza o monitoramento dos casos que apresentaram pontuação sugestiva de sofrimento emocional e os supervisores de campo e enfermeiros da Atenção Primária nos informam os encaminhamentos adotados para cada uma das participantes”, detalha Vinícius.
25 de outubro de 2024
Institucional CISM