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Pesquisa destaca lacuna de dados epidemiológicos sobre Transtorno do Espectro Autista (TEA) no Brasil

Pesquisa destaca lacuna de dados epidemiológicos sobre Transtorno do Espectro Autista (TEA) no Brasil 1230 820 INPD Cism

Epidemiologia do autismo: estudo aponta carência de informações e ressalta a necessidade de investigações abrangentes para melhor suporte e inclusão

Uma pesquisa científica revelou a preocupante carência de dados epidemiológicos sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) no Brasil. Intitulado “Cuidado com a lacuna: o vazio inconcebível na epidemiologia dos transtornos do espectro autista no Brasil”, um artigo com os resultados do estudo foi publicado no Brazilian Journal of Psychiatry (BJP). 

A investigação foi conduzida pelo Dr. Lucas Dellazari, médico psiquiatra da infância e adolescência vinculado ao Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e teve como orientador o Dr. Arthur Caye, gerente de pesquisa do Centro de Pesquisa e Inovação em Saúde Mental (CISM).  

O estudo demonstrou uma escassez de investigações que forneçam uma compreensão precisa sobre a prevalência e a distribuição do TEA pelo país. Os autores destacam que, enquanto nações desenvolvidas e de alta renda têm investido em pesquisas populacionais para mapear a incidência e a prevalência de pessoas com autismo, o Brasil e outros países com média e baixa renda ainda carecem de dados robustos na área. 

Segundo o psiquiatra Dellazari, essa lacuna de dados impede a formulação de políticas públicas eficazes, bem como o planejamento adequado de serviços de saúde para atender às necessidades das pessoas com TEA e suas famílias. 

O pesquisador espera que a comunidade científica, juntamente com órgãos governamentais, priorize estudos que preencham essa escassez de informações, visando melhorar a qualidade de vida dos autistas, oferecer serviços de saúde e educação apropriados, bem como promover uma sociedade mais inclusiva.

“São urgentes iniciativas que promovam levantamentos epidemiológicos abrangentes, considerando as diversidades regionais e socioeconômicas do país”, afirma Dellazari. “Somente com dados concretos será possível desenvolver estratégias de intervenção precoce, inclusão educacional e suporte social adequados a essa população”. 

Gostou do estudo? Clique aqui para conferir o material científico na íntegra. Além do Dr. Arthur, o artigo tem entre seus autores outros membros do CISM, o Dr. Luis Augusto Rohde, vice-coordenador, e o pesquisador Giovanni Abrahão Salum.

28 de abril de 2025 

Institucional CISM