Quase 50 pessoas passaram pela experiência do game de realidade virtual que propõe um exercício físico de alta intensidade; ação ajudou a aproximar a ciência da comunidade
Imagina durante uma visita ao shopping você ser convidado por um grupo de cientistas a “entrar” em um cenário de laboratório futurista, se deparar com drones a sua volta e ter que combatê-los com socos ou tiros. Foi exatamente o que aconteceu ao público do Polo Shopping Indaiatuba nos dias 2 e 3, no interior de São Paulo. Quase 50 pessoas passaram pela experiência de realidade virtual (RV) proposta pelo “Exergame” e descobriram como a união da ciência e tecnologia pode ser inovadora para a saúde mental.
O projeto consiste em testar os benefícios de um game para o tratamento do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) em adolescentes de 12 a 17 anos. O jogo simula um treinamento físico intervalado de alta intensidade. Com o uso de óculos e controles de mão, os participantes enfrentam 12 ciclos de exercícios, incluindo 16 segundos de esforço máximo, seguidos por 20 de descanso, totalizando 7 minutos e 20 segundos. O programa está aberto à participação gratuita desses jovens em Indaiatuba.
O estande ficou montado durante os dois dias para permitir a imersão do público ao “Exergame”. Além dos adolescentes, pessoas de todas as idades participaram da vivência e se surpreenderam ao saber que o equipamento faz parte de um estudo científico gratuito para o cuidado da saúde mental. “Muitas pessoas ficaram interessadas na temática do TDAH, saúde mental, tratamento alternativo e complementar e participação em pesquisa científica”, conta a pesquisadora do projeto Drª Luana Farias Oliveira Saunders.
Segundo a Drª. Luana, o evento cumpriu um papel crucial na divulgação do estudo e diálogo com a comunidade. “Essa interação direta foi essencial para entender as necessidades e questionamentos do público, conhecimento vital para aprimorar nossa comunicação futura e até mesmo orientar pesquisas que gerem um impacto social mais significativo”, destaca.
Fernando Chiriquiello, de 49 anos, morador de Indaiatuba, participou da imersão no sábado e se entusiasmou com a inovação. “Pude ver como é muito importante a busca por novas terapias para o TDAH, pois penso que cada pessoa responde de forma única ao tratamento e alternativas inovadoras podem trazer melhores resultados e inclusão”, afirmou.

Psicólogas da equipe acompanharam os participantes durante a imersão no game (Foto: Divulgação/CISM)
Ciência de impacto social
O “Exergame” é um estudo científico desenvolvido pelo Centro de Pesquisa e Inovação em Saúde Mental (CISM), em parceria com a startup Move Sapiens e o Centro Universitário Max Planck (UniMAX), onde está localizado o laboratório do projeto.
O estande exposto próximo a uma das entradas do shopping contava com uma TV e um notebook que reproduziam as cenas que os participantes viam nos óculos de realidade virtual. Atraídos pelas imagens, muitos se interessaram em saber mais sobre o projeto. Agora, a equipe está contatando o público para apresentar os critérios de participação.
“Tivemos muitos feedbacks positivos da população, agradecendo a nossa iniciativa. Acredito que isso é só o começo para termos um grande impacto na sociedade e ajudarmos tantas pessoas com o transtorno”, celebra Giovanna Caparroz de Azevedo, integrante do projeto e estudante de Medicina do Centro Universitário Max Planck, em Indaiatuba.
Além da Drª Luana e Giovanna, outros membros da equipe estiveram presentes no evento – as psicólogas Janaina Farias de Oliveira e Lilian Pereira Nogueira Costa, responsáveis pelas avaliações neuropsicológicas aplicadas nos participantes do estudo; e mais dois alunos de Medicina, Karina Lasmar Sampaio Zanetti e Marcos Menegueti Rossi.
De acordo com a estudante Karina, a ação reforça o impacto e a importância de levar iniciativas deste tipo para espaços abertos e acessíveis.”Além de despertar o interesse do público, conseguimos mostrar na prática como a tecnologia e atividade física podem ajudar adolescentes com o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade”, pontua.
Para o futuro médico e pesquisador Marcos, o evento aberto “foi uma oportunidade valiosa de aproximar a pesquisa científica da população e vivenciar a importância do diálogo entre ciência e sociedade”, uma das principais missões do CISM.
Como participar
O “Exergame” está aberto à participação gratuita de adolescentes de 12 a 17 anos, que tenham diagnóstico ou suspeita de TDAH e que não estejam tomando medicação para o transtorno. Os interessados devem passar por uma entrevista online com os pesquisadores do programa, responder a questionários e fazer alguns testes para entrar no projeto.
O laboratório onde o programa é desenvolvido fica no Centro Escola de Especialidades Médicas (CEEM) da UniMAX, na Rua Eurico Primo Venturine, 379, Jardim Pedroso, município de Indaiatuba. Os interessados podem contatar a equipe responsável pelo estudo através do WhatsApp (19) 99006-0349 ou do e-mail gamevrtdah@gmail.com.
Além do município de Indaiatuba, o Exergame também é desenvolvido no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, seguindo os mesmos critérios. Para participar, entre em contato com a equipe no e-mail prodahmovesapiens@gmail.com.

Adolescentes de Indaiatuba se interessaram em passar pela experiência do Exergame (Foto: Divulgação/CISM)
11 de agosto de 2025
Institucional CISM