Análise destaca concentração de estudos científicos no Sudeste e recomenda necessidade de representatividade nacional para avanço no tratamento do transtorno
Um estudo científico – do tipo revisão sistemática – apontou uma significativa concentração de pesquisas sobre esquizofrenia na região Sudeste do Brasil, especialmente nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. O estudo destaca a necessidade de ampliação da diversidade e representatividade regional nas investigações psiquiátricas do país.
Intitulado “Um apelo por maior diversidade e representatividade dentro dos países na pesquisa psiquiátrica: Lições e desafios de uma revisão sistemática da pesquisa sobre esquizofrenia no Brasil”, em livre tradução para o português, o estudo teve seus resultados publicados no Brazilian Journal of Psychiatry, da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).
Os pesquisadores analisaram a distribuição geográfica das investigações sobre esquizofrenia já realizadas no Brasil e identificaram que a maioria delas se concentra em poucas regiões, enquanto outras áreas do país estão sub-representadas.
Segundo os cientistas, essa disparidade pode limitar a compreensão abrangente da do transtorno em diferentes contextos socioeconômicos e culturais brasileiros. O estudo enfatiza a importância de fomentar colaborações entre instituições de diversas regiões, para além do Sudeste, e investir em infraestrutura de pesquisa em áreas menos atendidas.
“Ao promover uma distribuição mais equitativa, seria possível obter insights mais completos sobre o transtorno mental, levando a intervenções mais eficazes e adaptadas às realidades locais”, ressalta o Dr. Thiago Holanda Freitas, o pesquisador principal do estudo e pós-doutorando em Psiquiatria pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
De acordo com o Dr. Thiago, para que os médicos possam avançar na compreensão e no tratamento da esquizofrenia no Brasil é crucial a adoção de estratégias que incentivem a diversidade regional nas pesquisas psiquiátricas. “Assim, garantiremos que todas as populações sejam adequadamente representadas nos estudos científicos”, conclui.
O artigo com os resultados da pesquisa tem entre seus autores Marcos Santoro e Sintia Belangero, membros do Centro de Pesquisa e Inovação em Saúde Mental (CISM).
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25 de junho de 2025
Institucional CISM