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Estudo aponta falta de diversidade regional em pesquisas sobre esquizofrenia no Brasil

Estudo aponta falta de diversidade regional em pesquisas sobre esquizofrenia no Brasil 1214 782 INPD Cism

Análise destaca concentração de estudos científicos no Sudeste e recomenda necessidade de representatividade nacional para avanço no tratamento do transtorno

Um estudo científico – do tipo revisão sistemática – apontou uma significativa concentração de pesquisas sobre esquizofrenia na região Sudeste do Brasil, especialmente nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. O estudo destaca a necessidade de ampliação da diversidade e representatividade regional nas investigações psiquiátricas do país.

Intitulado “Um apelo por maior diversidade e representatividade dentro dos países na pesquisa psiquiátrica: Lições e desafios de uma revisão sistemática da pesquisa sobre esquizofrenia no Brasil”, em livre tradução para o português, o estudo teve seus resultados publicados no Brazilian Journal of Psychiatry, da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).  

Os pesquisadores analisaram a distribuição geográfica das investigações sobre esquizofrenia já realizadas no Brasil e identificaram que a maioria delas se concentra em poucas regiões, enquanto outras áreas do país estão sub-representadas. 

Segundo os cientistas, essa disparidade pode limitar a compreensão abrangente da do transtorno em diferentes contextos socioeconômicos e culturais brasileiros. O estudo enfatiza a importância de fomentar colaborações entre instituições de diversas regiões, para além do Sudeste, e investir em infraestrutura de pesquisa em áreas menos atendidas. 

“Ao promover uma distribuição mais equitativa, seria possível obter insights mais completos sobre o transtorno mental, levando a intervenções mais eficazes e adaptadas às realidades locais”, ressalta o Dr. Thiago Holanda Freitas, o pesquisador principal do estudo e pós-doutorando em Psiquiatria pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

De acordo com o Dr. Thiago, para que os médicos possam avançar na compreensão e no tratamento da esquizofrenia no Brasil é crucial a adoção de estratégias que incentivem a diversidade regional nas pesquisas psiquiátricas. “Assim, garantiremos que todas as populações sejam adequadamente representadas nos estudos científicos”, conclui. 

O artigo com os resultados da pesquisa tem entre seus autores Marcos Santoro e Sintia Belangero, membros do Centro de Pesquisa e Inovação em Saúde Mental (CISM). 

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25 de junho de 2025  

Institucional CISM