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Estudo aponta associação entre o risco genético para Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade e Doença de Alzheimer

Estudo aponta associação entre o risco genético para Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade e Doença de Alzheimer 1246 830 INPD Cism

Na pesquisa, foram avaliados escores de risco poligênico para TDAH, testes cognitivos e biomarcadores da Doença de Alzheimer

Um estudo científico investigou a relação entre as pontuações no escore de risco poligênico (PRS) para Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e a Doença de Alzheimer (DA). As investigações e descobertas apontam para uma possível associação entre a predisposição genética para o TDAH e uma maior severidade da DA.

Os resultados da pesquisa foram divulgados em um artigo na revista internacional Alzheimer’s & Dementia, da Alzheimer’s Association. Confira a íntegra neste link.    

Os pesquisadores analisaram dados genéticos e de biomarcadores, incluindo neuroimagem, de pacientes com declínio cognitivo, buscando compreender se o risco genético para o TDAH poderia influenciar a manifestação da demência neurodegenerativa. 

Os resultados encontrados sugerem que pessoas com pontuações de risco poligênico mais altas para o transtorno apresentaram maior déficit em certos testes cognitivos, níveis elevados de biomarcadores associados com a progressão do Alzheimer, assim como maiores alterações em marcadores de neuroimagem associados com a doença. 

O risco poligênico (PRP, do inglês Polygenic Risk Score) é uma estimativa da chance genética de uma doença. A pontuação é baseada na combinação de múltiplos fatores genéticos que, individualmente, podem ter um pequeno efeito, porém, em conjunto, aumentam significativamente a chance da condição. 

Segundo os cientistas que conduziram o estudo, a possibilidade de considerar o histórico genético de TDAH ao avaliar pacientes com Alzheimer pode oferecer insights valiosos para estratégias de prevenção e tratamento da doença. 

“Pesquisas adicionais poderão explorar ainda mais os mecanismos subjacentes a essa associação e determinar como essas informações podem ser aplicadas clinicamente”, comenta o médico psiquiatra Douglas Teixeira Leffa, do Departamento de Psiquiatria da Universidade de Pittsburgh, na Pensilvânia (EUA), e principal pesquisador da investigação. 

O estudo utilizou dados do Alzheimer’s Disease Neuroimaging Initiative, cujo objetivos incluem o desenvolvimento de marcadores para a detecção precoce da DA. Entre os autores do artigo publicado está o vice-coordenador do Centro de Pesquisa e Inovação em Saúde Mental (CISM), o psiquiatra e professor Luis Augusto Rohde. 

Gostou do artigo? Quer saber mais? Acesse o material na Alzheimer’s & Dementia.

15 de maio de 2025 

Institucional CISM