“Neurobots” está aberto a participação de funcionários do Centro Universitário Max Planck (UniMAX); projeto faz parte de estudo científico 

O Centro de Pesquisa e Inovação em Saúde Mental (CISM), em conjunto com o Centro Universitário Max Planck (UniMAX), lança o programa “Neurobots”, um ensaio clínico de treinamento de mindfulness, baseado em neurofeedback, para a redução do estresse no ambiente de trabalho e melhora das funções cognitivas e emocionais. 

O convite para o programa está aberto a funcionários do Centro Universitário Max Planck (UniMAX), em Indaiatuba, no interior de São Paulo, que tenham idades entre 18 e 60 anos e trabalhem na universidade há pelo menos 12 meses. 

Para participar, os interessados devem acessar este link e responder aos termos éticos da pesquisa. Eles também precisam ter escores acima de ≥14 na Escala de Percepção de Estresse-10 (EPS-10) e não podem ter se afastado da empresa nos últimos 30 dias por férias ou licença.

O “Neurobots” é uma combinação de neuromeditação (mindfulness) com um aparelho de neurofeedback, que oferece uma abordagem promissora para a saúde mental. Segundo os pesquisadores responsáveis pelo estudo, ao integrar técnicas meditativas tradicionais com ferramentas neurocientíficas, o programa melhora a adesão à prática. 

“Mindfulness é uma técnica associada ao relaxamento, foco, concentração e redução do estresse. Apesar dos inúmeros benefícios, a prática é de difícil execução, o que faz com que muitas pessoas se frustrem e abandonem. O diferencial deste programa é a integração de práticas meditativas tradicionais com ferramentas neurocientíficas que fornecem um feedback imediato sobre a atividade cerebral dos participantes, facilitando a sua execução”, explica a professora Márcia Acevedo Coutinho, coordenadora do projeto.  

Em uma sala silenciosa da UniMAX, os participantes serão submetidos ao treinamento de neuromeditação, que inclui 4 sessões de por semana, com duração de 15 minutos, durante 8 semanas. Antes, durante e depois do treinamento, os participantes deverão responder a escalas emocionais e serão submetidos a testes cognitivos.

Potenciais benefícios do programa  

As práticas de atenção plena – mindfulness – são conhecidas por reduzir os sintomas de ansiedade e depressão. A neuromeditação pode aumentar ainda mais esses benefícios, promovendo padrões cerebrais associados à regulação emocional e ao controle cognitivo.

Os participantes do projeto experimentarão melhores habilidades de gerenciamento de estresse e níveis mais baixos. Eles vivenciarão o Neurofeedback hemoencefalográfico (HEG) – uma tecnologia avançada que mede a atividade cerebral por meio de alterações nos níveis de oxigênio no sangue. Esta tecnologia está na vanguarda da Ciência e oferece uma oportunidade única de envolvimento com técnicas terapêuticas inovadoras.

De acordo com Ubirakitan Maciel, líder do projeto de pesquisa, ao melhorar o foco, atenção e a regulação emocional, as pessoas que terão acesso ao “Neurobots” poderão alcançar maior produtividade, eficiência em suas atividades e interações mais harmoniosas e eficazes com os colegas, contribuindo para um ambiente de trabalho positivo. 

“Projetado para melhorar funções cognitivas, como atenção e controle de impulsividade, o programa pode beneficiar não só a vida profissional dos participantes, mas também a pessoal”, acrescenta o líder, que desenvolve o projeto em conjunto com o CISM.

Saúde mental e trabalho 

Os problemas de saúde mental são as principais causas de incapacidade global, resultando em perdas significativas na capacidade laboral. Estudos científicos evidenciam que as pessoas que sofrem de estresse no ambiente profissional, apresentam também níveis mais acentuados de sintomas depressivos e de ansiedade. 

A fim de desenvolver intervenções tecnológicas que reduzam o estresse e melhorem a saúde mental e a qualidade de vida dos trabalhadores, o programa foi lançado. Estudos indicam que essas técnicas de neuromeditação promovem estados emocionais positivos, acentuam a resiliência e o relaxamento, com efeitos duradouros na vida dos participantes.

O estudo faz parte de um projeto de Doutorado de docente de Medicina da UniMAX e foi desenvolvido por um grupo de pesquisa vinculado ao Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (IPq-USP). É orientado pelo psiquiatra Dr. Arthur Caye, gerente de pesquisa do CISM e orientador do programa de pós-graduação em Psiquiatria da USP e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).  

Além de coordenação da professora Márcia, o programa conta com o apoio de alunos de Iniciação Científica (IC) da UniMAX e do grupo de pesquisa CISM – IPQ/USP.

Soluções digitais 

O Centro de Pesquisa e Inovação em Saúde Mental (CISM) conta com uma área dedicada a aumentar a relevância da pesquisa científica como motor para novas ideias emergentes em saúde mental digital, inovação e empreendedorismo, a fim de prevenir e cuidar de diferentes transtornos mentais. Este núcleo é chamado de “Módulo II”. 

O “Neurobots” integra as inovações deste módulo, no qual as equipes criam um ambiente para o desenvolvimento de soluções digitais de forma que possam ser expandidas e aplicadas no Brasil e em outros cenários com recursos limitados, testando sua eficácia.

A partir desta abordagem, o CISM avança em direção à tradução clínica dos achados das pesquisas, buscando intervir em fatores modificáveis para a doença por meio das inovações tecnológicas pensadas e desenvolvidas por seus pesquisadores.

Mais informações

Contate a equipe do projeto via WhatsApp (19) 99947-5437 ou através do e-mail mindfulness.cism@gmail.com

16 de outubro de 2025 

Institucional CISM