O Malawi tem apenas três psiquiatras para 20 milhões de habitantes; em iniciativa independente, pesquisador do CISM cria vaquinha para custear gastos com a viagem dos dois residentes da Faculdade de Medicina da USP
Você sabia que muitas comunidades no Malawi, país situado no sudeste do continente africano, nunca tiveram acesso a cuidados básicos de saúde mental? Vizinho de Moçambique, no Malawi há apenas três psiquiatras para uma população de 20 milhões de habitantes. A fim de transformar um pouco desta realidade e impactar a vida dos malauianos, uma vaquinha está arrecadando recursos para levar dois residentes de psiquiatria ao país.
Os residentes, que atuam no Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IPq-FMUSP), estão passando por um processo seletivo. O grupo oferecerá o serviço gratuitamente, fornecendo atendimento de saúde mental aos moradores das comunidades, além de capacitar profissionais locais para multiplicar o conhecimento.
A missão humanitária ocorrerá de 27 de abril a 7 de maio de 2026. A meta da vaquinha é arrecadar R$ 30 mil. O valor será utilizado para custear as passagens aéreas, hospedagem, alimentação, vacinas obrigatórias e seguro-saúde internacional para os dois residentes durante os 11 dias em que estarão dedicados à missão. Clique AQUI para ajudar.
Refugiado no Malawi, Juma reforça a urgência do apoio. “Eles [os residentes] levarão conhecimentos médicos essenciais, suprimentos e esperança para a comunidade, que precisa desesperadamente. Eles não conseguirão chegar sem a sua ajuda. Cada doação, não importa quão pequena seja, fará uma grande diferença, ajudando o povo do Malawi e as pessoas que não têm condições na vida. Por favor, abra o seu coração e ajude a financiar essa viagem. Faça parte da mudança de vida no Malawi. Obrigado”, solicita o malauiano.

Juma e Divine pedem apoio para as contribuições (Foto: Reprodução)
Diretamente do campo de refugiados, Divine convida as pessoas a fazerem parte da vaquinha. “Você sabia que nós temos apenas um hospital psiquiátrico no Malawi e que fica a 7 horas do campo de refugiados?”, pergunta a malauiana. “Muitas pessoas precisam disso [cuidados de saúde mental] e o seu apoio pode salvar a vida de alguém”, finaliza Divine.
A vaquinha
A campanha é organizada, de forma independente, pelo médico psiquiatra Dr. Rodolfo Furlan Damiano, que atua no IPq e também é pesquisador do Centro de Pesquisa e Inovação em Saúde Mental (CISM). A missão será desenvolvida no âmbito do projeto “Nação Ubuntu”, realizado pela organização humanitária internacional “Fraternidade Sem Fronteiras”.
A vaquinha foi criada na última sexta-feira (31/10) e, neste momento, se aproxima de R$ 2 mil arrecadados. Caso o valor das contribuições ultrapasse a meta, ele será investido na compra de medicamentos psiquiátricos para doação às comunidades atendidas.
“Esta é uma oportunidade única de levar esperança e tratamento digno a quem mais precisa, enquanto formamos psiquiatras com experiência humanitária internacional”, destaca Damiano. “Cada contribuição faz a diferença. Juntos podemos transformar vidas!”, acrescenta o psiquiatra, que faz parte do projeto e também irá à missão com recursos próprios.
Além da contribuição direta pelo site da vaquinha, os interessados em ajudar também podem fazer a doação via Pix: 5787762@vakinha.com.br. Outras formas de ajudar são compartilhar o link da vaquinha nas redes sociais e divulgar entre amigos e familiares.

A arrecadação acontece no portal Vakinha (Imagem: Reprodução)
Nação Ubuntu
O campo de refugiados existe desde 1994. A grande maioria das crianças e jovens que vivem no local não tem acesso a escola, o alimento é insuficiente e não há oportunidades de trabalho. O projeto “Nação Ubuntu” foi construído ao lado do campo e tem como ideal oferecer à população de mais de 56 mil refugiados e malauianos em situação de vulnerabilidade um novo modelo de vida. No projeto, são desenvolvidas oficinas de agrofloresta, biocarvão, costura e sabão que geram renda para os acolhidos e os capacitam para o trabalho.
O projeto “Nação Ubuntu” faz parte da “Fraternidade Sem Fronteiras”. A organização humanitária internacional atua em nove países, levando esperança e transformação a comunidades em situação de extrema vulnerabilidade. Além do Malawi, está presente em mais cinco países. Nas Américas, desenvolve ações no Brasil e nos Estados Unidos e presta apoio a uma escola no Haiti. No total, são 11 projetos humanitários. Saiba mais clicando AQUI.
5 de novembro de 2025
Institucional CISM


