Epidemiologia do autismo: estudo aponta carência de informações e ressalta a necessidade de investigações abrangentes para melhor suporte e inclusão
Uma pesquisa científica revelou a preocupante carência de dados epidemiológicos sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) no Brasil. Intitulado “Cuidado com a lacuna: o vazio inconcebível na epidemiologia dos transtornos do espectro autista no Brasil”, um artigo com os resultados do estudo foi publicado no Brazilian Journal of Psychiatry (BJP).
A investigação foi conduzida pelo Dr. Lucas Dellazari, médico psiquiatra da infância e adolescência vinculado ao Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e teve como orientador o Dr. Arthur Caye, gerente de pesquisa do Centro de Pesquisa e Inovação em Saúde Mental (CISM).
O estudo demonstrou uma escassez de investigações que forneçam uma compreensão precisa sobre a prevalência e a distribuição do TEA pelo país. Os autores destacam que, enquanto nações desenvolvidas e de alta renda têm investido em pesquisas populacionais para mapear a incidência e a prevalência de pessoas com autismo, o Brasil e outros países com média e baixa renda ainda carecem de dados robustos na área.
Segundo o psiquiatra Dellazari, essa lacuna de dados impede a formulação de políticas públicas eficazes, bem como o planejamento adequado de serviços de saúde para atender às necessidades das pessoas com TEA e suas famílias.
O pesquisador espera que a comunidade científica, juntamente com órgãos governamentais, priorize estudos que preencham essa escassez de informações, visando melhorar a qualidade de vida dos autistas, oferecer serviços de saúde e educação apropriados, bem como promover uma sociedade mais inclusiva.
“São urgentes iniciativas que promovam levantamentos epidemiológicos abrangentes, considerando as diversidades regionais e socioeconômicas do país”, afirma Dellazari. “Somente com dados concretos será possível desenvolver estratégias de intervenção precoce, inclusão educacional e suporte social adequados a essa população”.
Gostou do estudo? Clique aqui para conferir o material científico na íntegra. Além do Dr. Arthur, o artigo tem entre seus autores outros membros do CISM, o Dr. Luis Augusto Rohde, vice-coordenador, e o pesquisador Giovanni Abrahão Salum.
28 de abril de 2025
Institucional CISM