No evento, realizado na última quinta-feira (31/10), os grupos que integram o Centro de Pesquisa mostraram os resultados de seus estudos e trocaram ideias para o futuro
O Centro de Pesquisa e Inovação em Saúde Mental (CISM) reuniu, na última quinta-feira (31/10), quase uma centena de pesquisadores que conduzem os projetos do grupo. O “III Encontro Anual do CISM” foi realizado no grande auditório do Centro de Convenções Rebouças (CCR), no complexo do Hospital das Clínicas (HC), em São Paulo.
O evento teve o objetivo de conectar os integrantes de diferentes projetos de pesquisa em andamento no CISM, possibilitando uma vasta troca de ideias, experiências e aprendizados. O encontro foi aberto pelo coordenador-geral, o professor e psiquiatra Euripedes Constantino Miguel, ao lado de Paulo Rossi Menezes, coordenador de pesquisa.
A abertura foi o momento em que o Professor Euripedes aproveitou para ressaltar a missão, visão e valores do Centro de Pesquisa, lembrando de como as pesquisas desenvolvidas visam transformar a vida real das pessoas que precisam de cuidados de saúde mental.
“A gente quer impacto social. Buscamos formas de intervir em fatores modificáveis para criar intervenções que podem, de fato, mudar a vida das pessoas”, destacou o coordenador do CISM. “A nossa ideia é fazer projetos que tenham impacto na comunidade e que diminuam, um pouco, a desigualdade neste país”, acrescentou emocionado.
Entre outras ações, o CISM trabalha para implementar novas intervenções eficazes na prática clínica por meio da transferência de conhecimento e tecnologia em saúde mental para a sociedade. O Centro ainda incentiva o empreendedorismo social através do desenvolvimento de soluções digitais inovadoras para o cuidado da saúde mental.
Enquanto o Professor Euripedes discursava ao grupo de espectadores, que incluiu pesquisadores, professores, estudantes universitários e parceiros do Centro, na parte externa do grande auditório um banner reforçava as palavras do coordenador exibindo, em uma grande frase, a atuação do CISM: “Ciência e tecnologia impactando comunidades”.
O Encontro
Todos os anos, o CISM promove este encontro entre seus grupos. Ao longo de 10 horas, 20 pessoas subiram ao palco do auditório do CCR para falar sobre os resultados e andamento de seus trabalhos e estudos. No total, 13 projetos foram apresentados para uma plateia curiosa em aprender, tirar dúvidas e parabenizar as conquistas dos colegas.
O primeiro projeto a ser apresentado foi o “Conexão Mentes do Futuro” ou Coorte Brasileira de Alto Risco para Transtornos Mentais, que investiga a origem e os fatores dos transtornos, acompanhando, há quase uma década e meia 2.500 crianças e adolescentes.
O grande estudo rendeu cinco palestras que cobriram toda a manhã do evento. As apresentações foram feitas por pesquisadores que atuam em diferentes partes do projeto.
Carina de Giusti, Laila de Souza, Paula Blaya, Luisa Sugaya, Sintia Belangero, Lucas Toshio Ito e Pedro Pan falaram sobre o progresso da pesquisa, avaliações psiquiátricas, coleta de dados transgeracionais, desafios, conquistas e direções futuras, além dos métodos do controle de qualidade de neuroimagem aplicados nos trabalhos.
A primeira parte do encontro foi encerrada com uma fala da gestora de projetos do CISM, Juliana Juk, que apresentou a equipe, diretamente ligada ao Centro de Pesquisa, que atua de forma transversal, prestando apoio a todos os pesquisadores e projetos.
O grupo é formado pelo gestor administrativo financeiro Ricardo Góes, gestora de projetos Daniela Vera Cruz, pesquisador e formação de Recursos Humanos Rodolfo Furlan Damiano, coordenadora de comunicação Mainary Nascimento, designer Rafaela Cavalcanti, gestão Ética Ariana Gomes Nascimento, monitora de pesquisa Pollyana Telles, financeiro Rosângela Costa, assistente de pesquisa Vinnie Marchisio, apoio para a escrita de artigos científicos Paul Whalen e apoio na formação de RH Emílio Abelama Neto.
Após a fala da gestora, a responsável pela comunicação do Centro, Mainary, exibiu os canais usados pelo CISM para levar a público os alcances dos estudos em andamento e dos serviços que estão sendo implementados como fruto dos projetos. Entre os canais, foram apresentados o site do Centro, o boletim informativo, LinkedIn e Instagram.
Mais apresentações
A segunda parte do “III Encontro Anual do Centro de Pesquisa e Inovação em Saúde Mental” contou com a apresentação de mais quatro projetos que já funcionam como programas oferecidos à sociedade em unidades básicas de saúde, escolas e universidades.
O primeiro a ser compartilhado com o público foi o “Primeiros Laços”. O gestor Vinícius Nagy Soares apresentou detalhes do programa que visa fortalecer os laços afetivos entre mães e bebês a partir da implementação de visitas domiciliares de enfermeiras a gestantes entre 14 e 20 anos, desde a gestação até os 2 anos de idade da criança.
A apresentação do programa gerou bastante curiosidade no público que assistia. A plateia tirou dúvidas e fez algumas sugestões para os próximos passos do projeto.
A segunda apresentação ficou por conta das pesquisadoras Heloísa Claro e Renatha El Rafihi, que falaram sobre o CONEMO, aplicativo de celular que visa reduzir sintomas de depressão, ansiedade e insônia. A ferramenta está em uso em Indaiatuba (SP).
Os próximos palestrantes da tarde foram Clarice Madruga e Henrique Akiba, membros do Instituto Ame Sua Mente, parceiro do CISM no projeto “Saúde Mental nas Escolas”. Ambos compartilharam dados do programa que melhora o letramento em saúde mental de professores nas cidades de Jaguariúna e Indaiatuba, interior de São Paulo.
Em seguida, foi a vez do pesquisador Pedro Fukuti subir ao palco para comentar sobre o “Saúde Mental dos Universitários”, mostrando os resultados da primeira onda de pesquisa junto a estudantes universitários, com medições de saúde mental e qualidade de vida. “Não há saúde sem saúde mental dos estudantes”, foi a mensagem deixada.
A penúltima palestra do encontro foi de Fernanda Baeza. A psiquiatra abordou os detalhes de um programa de capacitação que pretende melhorar a qualidade dos cuidados de saúde mental nas unidades de Atenção Primária do município de Jaguariúna.
O dia foi fechado com a exibição de um novo estudo. O pesquisador e psiquiatra Rodolfo Damiano compartilhou um projeto que avaliará a eficácia da cetamina versus psicoterapia de sessão única como política pública para pacientes com ideação suicida.
Futuro
O evento foi conduzido pelo gerente de pesquisa do CISM, Arthur Caye. Nos intervalos entre uma palestra e outra, Caye e o coordenador de pesquisa Paulo Rossi Menezes fizeram diversas pontuações sobre as conquistas dos grupos e comentaram sobre novas ideias para o futuro dos estudos, programas e projetos do Centro de Pesquisa.
Além de enfatizar que um dos objetivos do CISM é transformar em política pública o conhecimento e tecnologia produzidos pelas equipes, o coordenador Euripedes falou sobre o investimento e suporte oferecido aos pesquisadores. “Temos também o propósito de ajudar vocês a se realizarem, a atingirem o máximo de suas potencialidades”, declarou.
Também estava presente no evento Jair de Jesus Mari, conselheiro consultivo do CISM. Além de inúmeros pesquisadores, a plateia também foi composta por estudantes dos centros universitários de Jaguariúna (UniFAJ) e Max Planck (UniMAX), parceiros do Centro.
Todas as iniciativas do Centro de Pesquisa e Inovação em Saúde Mental só são possíveis graças ao apoio de seus financiadores, que incluem a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e o Banco Industrial do Brasil (BIB).
Fazem parte do CISM pesquisadores da UniFAJ, UniMAX, Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Federal do Estado de São Paulo (UNIFESP) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
7 de novembro de 2024
Mainary Nascimento, Institucional CISM