Por Victória Cirino
No último dia 7, o professor Luis Augusto Rohde, professor titular do Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), concedeu uma entrevista ao jornal Folha de São Paulo. O vice-coordenador do INPD falou sobre sua participação na revisão da quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V), principalmente sobre sua área de pesquisa: o Transtorno de Déficit de Atenção por Hiperatividade (TDAH).
Rohde afirma que a psiquiatria ainda não está totalmente pronta para a inclusão de marcadores neurobiológicos no diagnóstico dos transtornos psiquiátricos. Segundo o pesquisador, “existem marcadores que diferenciam o grupo de pacientes do grupo de indivíduos com desenvolvimento típico, mas há uma heterogeneidade nesses marcadores mesmo entre os grupos, então não é possível utilizá-los para diferenciar o indivíduo saudável do indivíduo com o transtorno mental”. Dessa maneira, o instrumento ainda precisa ser aprimorado para que sua validade seja aumentada, como o que ocorre no diagnóstico de Mal de Alzheimer, no qual marcadores neurobiológicos já têm um valor preditivo positivo para indivíduos e não somente para o grupo de portadores da doença.
De acordo com Rohde, muitos marcadores, entretanto, ainda não possuem a especificidade necessária para a realização do diagnóstico. “Eles nos dão uma idéia de que há algo funcionando de modo inadequado no cérebro, mas não nos dão uma predição correta se isso está relacionado à depressão, ao autismo, à esquizofrenia ou ao deficit de atenção”, esclarece.
Confira no link abaixo a entrevista completa: