
Pesquisa conduzida pelo Prof. Dr. Pedro Pan identificou que alterações no circuito cerebral de recompensa foram associadas a casos de depressão após 3 anos de seguimento. Também foi constatado que as alterações no estriado ventral, uma região no cérebro responsável por integrar e processar informações cotidianas sobre recompensas e motivação, teve um papel significativo nos quadros de depressão já antes do início dos sintomas.
Se confirmados em estudos futuros, os resultados dessa pesquisa podem ajudar a identificar jovens em risco para depressão antes mesmo do início dos sintomas.
Os resultados desta pesquisa inédita serão publicados no artigo “Ventral Striatum Functional Connectivity as a Predictor of Adolescent Depressive Disorder in a Longitudinal Community-Based Sample”, pela revista científica American Journal of Psychiatric, em novembro de 2017.
O maior estudo brasileiro em psiquiatria da infância e adolescência
O Projeto Conexão foi iniciado em 2009 e contou com uma amostra de mais de 10 mil crianças que foram atendidas em São Paulo e Porto Alegre, em sua fase inicial. Deste grupo, 2.500 crianças foram avaliadas cuidadosamente e reavaliadas após 3 anos. Portanto, é um grande estudo epidemiológico longitudinal, um dos poucos conduzidos em adolescentes, fora dos EUA e da Europa.
Por que identificar a depressão precocemente é tão importante?
Depressão é, dentre todas as doenças médicas, a principal causa de perda de anos de vida pelo prejuízo funcional. Estimativas apontam que uma em cada 4 pessoas apresentaram algum episódio depressivo durante a vida. Na adolescência, as consequências dos episódios depressivos podem ser devastadores, como bullying, auto-agressão e até suicídio. Além disso, jovens com depressão perdem oportunidades e deixam de alcançar marcos importantes de seu desenvolvimento esperado, como fazer amigos, estudar para a escola/faculdade e escolher uma carreira profissional. Contudo, ainda pouco se sabe sobre os mecanismos biológicos cerebrais que causam a depressão nessa faixa etária.
Leia o artigo completo na revista American Journal of Psychiatric, acesso restrito a assinantes.